
Os céus proclamam a glória de Deus com perfeição. Os anjos, diante do trono, não cessam de clamar: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Isaías 6:3). Esse é um louvor puro, incessante, sem falhas. Contudo, há um aspecto da adoração que os anjos jamais poderão experimentar, e esse aspecto está disponível apenas a nós, seres humanos marcados pela dor e pela luta.
Os anjos adoram em glória, nós adoramos em fé. Eles veem a Deus face a face; nós o vemos pela esperança. O anjo nunca experimenta o desemprego, a doença, a traição ou a perda. Ele nunca é tentado a duvidar, nunca precisa escolher entre confiar ou se desesperar. Mas nós, sim.
E é justamente por isso que a adoração humana, em meio à adversidade, tem um valor singular. Habacuque nos dá esse exemplo extraordinário. Diante de um cenário de completa escassez e desolação, ele declara:
Mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação.
Habacuque 3:17-18
O profeta está dizendo: mesmo que tudo falhe, inclusive as fontes de sustento, segurança e estabilidade, ainda assim, Deus é digno de louvor. Isso não é negação da dor, mas exaltação da fé. É um tipo de louvor que só pode brotar do coração que escolhe confiar mesmo sem ver.
Da próxima vez que você estiver enfrentando um dia difícil, lembre-se: sua adoração naquele momento tem um valor eterno diante de Deus. Louvar quando tudo vai bem é natural, mas louvar quando tudo está desabando é sobrenatural. E esse privilégio, nem mesmo os anjos possuem.